segunda-feira, 16 de março de 2009

Dietrich von Choltitz




Dietrich von Choltitz
General der Infanterie
(1894 - 1966)

Dietrich von Choltitz nasceu em 9 de novembro de 1894 na cidade de Wiesegräflich, Silésia. Em 1914, os dezenove anos de idade, entrou para o
 Exército Imperial como cadete do 107º Regimento de Infantaria. Com o estouro da Primeira Guerra Mundial em agosto daquele ano, Choltitz foi enviado ao front com sua unidade. Logo foi promovido a Leutnant e comandante de companhia do seu regimento. Foi depois movido para cargos no estado-maior da unidade e comando de um pelotão de metralhadoras. Durante o conflito, ele recebeu as duas classes da Cruz de Ferro.

Após a guerra Choltitz continuou no Reichswehr, passando por numerosas designações em unidades de infantaria e treinamento em escolas de cavalaria. Recebeu a promoção para
 Oberleutnant em novembro de 1924 e Rittmeister em abril de 1929. Após a ascensão de Hitler ao poder, Choltitz foi promovido a Major em agosto de 1935 e Oberstleutnant em abril de 1938, quando comandava o III Batalhão do 16º Regimento de Infantaria.

Com essa unidade, Choltitz mostrou-se um líder extremamente hábil na ofensiva contra o Ocidente no verão de 1940, capturando Rotterdam com suprema agilidade. Esse feito fez com que Choltitz se tornasse o 35º soldado da Wehrmacht a ser agraciado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro em 29 de maio daquele ano. Em setembro, Choltitz foi designado para o comando do 16º Regimento de Infantaria.


Em abril de 1941 ele recebeu a promoção a Oberst, e pouco depois a Alemanha iniciou a invasão da União Soviética. A unidade de Choltitz foi posicionada na Romênia, de onde tomou parte na reconquista da Bessarábia e entrou na Criméia em outubro. Também participou dos primeiros ataques à Sevastopol em dezembro, estabelecendo o cerco do porto. Durante o severo inverno 1941-42, a saúde de Choltitz sofreu com problemas cardíacos, respiratórios e enfisema, mas sua tremenda determinação e energia lhe renderam o apelido de “Herói de Sevastopol”. Ele também foi condecorado com a Ordem da Estrela da Romênia com Espadas.

Em junho de 1942 as tropas alemãs e romenas que cercavam Sebastopol passaram a ser comandadas pelo Generaloberst Erich von Manstein, o mais brilhante dos estrategistas alemães. Após um bem-elaborado ataque à fortaleza, inclusive utilizando o enorme canhão de 800mm “Gustav”, a resistência russa cessou e a conquista da Criméia pôde ser concluída. Em 4 de julho, Choltitz foi à rádio fazer um discurso à nação alemã sobre a conquista de Sebastopol. Ele falou sobre a coragem e competência das unidades envolvidas, e referiu-se aos russos como inimigos ferozes e aguerridos, contrariando a visão do regime de que eram meros “subumanos”. Choltitz foi elogiado por Manstein e acabou recebendo a promoção a Generalmajor em setembro daquele
 ano, sendo o mais jovem do Exército, aos 48 anos.

Em outubro, fez um curso na escola de tanques de Wünsdorf, perto de Berlim, e seguiu para Paris para completar o curso de liderança de grandes unidades. Apesar de passar a conhecer a
 fundo as funcionalidades dos Panzers, Choltitz admitiu: “A infantaria ainda é, em última instância, a arma crucial.”

Em dezembro de 1942 tornou-se comandante do XVII Corpo de Exército no Donetz e posteriormente em Kharkov. Em março de 1943 foi promovido a Generalleutnant e recebeu o comando da 11ª Divisão Panzer, que liderou durante a maior batalha de tanques da história, em Kursk. Após um período na Reserva do Führer a partir de novembro de 1943, Choltitz recebeu o comando do LXXXIV Corpo de Exército na Itália em março de 1944. Essa unidade foi empregada contra os avanços Aliados em Anzio, Monte Cassino e ao sul de Roma.

No começo de julho de 1944, a unidade de Choltitz foi transferida para a França, para contrapor a imensamente superior força de invasão anglo-americana. Enfrentando comandantes como Patton, Bradley e Montgomery, sem nenhum apoio aéreo e sob constante bombardeio, não havia muito o que Choltitz e outros comandantes alemães pudessem fazer. Mesmo assim, Hitler enfureceu-se com a falta de sucesso e demitiu-o do comando. Pouco antes, em 1 de agosto, Choltitz fora promovido a General der Infanterie aos 50 anos de idade. Em 7 de agosto ele se tornou o comandante militar da Grande Paris.


Dietrich von Choltitz escreveu seu nome na história durante esse comando. Era um militar dedicado, porém também era um homem prático e lógico, e estava descontente com Hitler desde 1942. Com a aproximação dos exércitos americanos, o ditador nazista queria que Paris somente fosse entregue completamente destruída. Em 23 de agosto as ordens do Führer diziam: “A cidade só deve cair em mãos inimigas se estiver inteiramente em ruínas.” Pouco depois, Hitler telefonou para Choltitz e perguntou: “Paris está queimando??”

Nenhuma dessas estúpidas ordens de Hitler parecia lógica para Choltitz. Seria absurdo destruir Paris às custas de um homem louco e um regime condenado. Choltitz então iniciou uma série de ações, fazendo demonstrações de poder e negociando com líderes da resistência para evitar grandes danos à cidade. Em 25 de agosto ele e seus 17.000 homens se renderam ao general francês Philippe Leclerc na estação de trem de Gare Montparnasse. Por ter diretamente desobedecido Hitler e poupado a capital francesa de sua destruição, Choltitz é tido como “O Salvador de Paris”.


Ele permaneceu prisioneiro dos Aliados até abril de 1947. Após longos anos lutando contra uma doença, Dietrich von Choltitz veio a falecer em Baden-
Baden, em 5 de novembro de 1966, quatro dias antes de completar 72 anos. Foi enterrado com completas honras-militares (algo raro para militares do Terceiro Reich) e seu funeral foi acompanhado por diversos altos-oficiais do Exército Francês.

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